terça-feira, 20 de janeiro de 2015

filme, livro e música



Sempre vejo listas de livros que deveríamos ter lido antes de chegar nos vinte; filmes que deveríamos ter assistido até o fim da adolescência; álbuns que já deveríamos ter escutado antes dos trinta. Num desses encontros com A Grande Lista Das Coisas Que Nunca Ouvi Falar, assisti o filme “Antes do Amanhecer”. É com o Ethan Hawke e com a Julie Delpy.
Before-Sunrise.jpg
  

O filme começa num trem pela Europa. A próxima parada é Viena e a paz dos viajantes é interrompida por um casal que briga em alto e bom (péssimo) som. Por um momento de troca de olhares e identificação, Jesse, norte-americano, e Céline, francesa, vão para o vagão-restaurante para compartilhar um café. 

A sintonia entre os dois é tão boa que Jesse, num impulso, convida Céline para descer em Viena com ele. Por que não? Depois, quando ela chegasse aos trinta e tantos e estivesse prestes a casar com alguém que ela mais-ou-menos ama e parasse para pensar em todas as oportunidades de homens que deixou passar, dizer não seria uma escolha que ela se arrependeria. E ela diz sim.

cicero.jpgO filme tem as ruas da cidade austríaca como cenário e, quando terminei de assistir, passei por uma vontade incontrolável de ouvir o primeiro álbum do cantor brasileiro Cícero. O longa é tão suave quanto a voz dele.


(sugestões de músicas: “Ensaio sobre Ela”, “Laiá Laiá” e “Vagalumes Cegos”)
  

No mesmo feeling desse filme, de ser calmo e repleto de ideias, li recentemente o livro “Querida Sue”, da americana Jessica Brockmole.
querida sue2.jpg




O livro se passa em dois períodos, simultaneamente: a 1ª Guerra e o recente início da Segunda Guerra Mundial. Narrado todo por meio de cartas, conhecemos Elspeth Dunn, uma poeta que mora na pacata e escocesa Ilha de Skye. Ela está se correspondendo com o americano David Graham, um leitor de seus poemas que, hospitalizado, aproveita para escrever sobre sua admiração. 

Simultaneamente, lemos as cartas de Margaret. Ela está nos anos 1940, apaixonada por um piloto da Força Aérea. A mãe de Margaret não gosta da ideia desta paixão por guerrilheiros e no início do livro ela tenta convencê-la de que o amor não veio do desespero.
A medida que a história vai se desenvolvendo, vemos um algo-a-mais nas correspondências de Elspeth com Dave. Seria algo bonito, se Elspeth não fosse casada com um homem que está na Guerra.

Enquanto isso, 30 anos depois, a mãe de Margaret desaparece e tudo o que deixa para trás são cartas: a única esperança que ela tem de reencontrar a mãe. 

Liguei o filme com este livro, porque ambos falam de pessoas que assumiram riscos. Ambos são cheios de ideias. As conversas do casal de “Antes do Amanhecer” são bem parecidas com as cartas de Dave e Elspeth. São pessoais, de casais feitos de seres únicos, que usam sua individualidade para conquistar o outro, em seus mínimos detalhes.
Ambos são artes que falam do amor da sua forma mais simples: no ato conhecer o outro. :-)

Espero que vocês gostem das indicações! <3

Bêjo, da
Gi Marques

Nenhum comentário:

Postar um comentário